segunda-feira, 5 de maio de 2025

Somos #dezdaLis

Desde você, passando por todo o cosmo, retornando na nota mais linda que sai do seu ser quando canta, até nosso coração pulsando valente pra vida: somos absolutas.

Desvencilhar dos medos, desprender as cordas invisíveis que nos fazem chorar frente ao óbvio — que nunca nos coube nem pretende deixar caber. Perceber juntas, com coragem e força, que o pequeno existe pra nos lembrar que somos grandes. Que o normal existe pra lembrar que não servimos à norma, e sim ao amor. A viagem infinita rumo à luz que é viver com você: somos inteiras.

Desvendar as milhares formas de amar: seguir, dez anos depois, amando o passarinho, a formiguinha, as aranhas e os besouros barulhentos que batem a cabeça na parede para aprender. Batemos também. Várias vezes erramos o caminho. Demoramos a aprender alguma coisa, esquecemos as asas e ficamos rodopiando no mesmo lugar. Mas era aí que a gente se abraçava, e você me lembra sempre: “Mãe, é daqui pra melhor.” E meu olho abria de novo, sentindo a vida refazer o rumo: somos de verdade.

Descobrir juntas as mudanças do nosso corpo, dos nossos sentimentos, respeitando cada fase do nosso crescimento como presentes do tempo amigo. E nem sempre presentes fáceis de abrir. Sentir a gama infinita de sentimentos que um coração pode experimentar — e respeitar a cor de cada um deles, expressando com dignidade pra não se machucar nem machucar ninguém. Sua consciência e generosidade seguem crescendo ainda mais, e eu aprendo toda hora com sua forma de entender o que vem de fora pra dentro do coração. E me encanto todo dia com o que vem de dentro pra fora: somos imperfeitas.

Desde a hora em que senti o sopro da sua existência até este exato instante em que sinto seu abraço chegando. Desde a vez que ouvi você cantar pela primeira vez, desde a escolinha até pra onde a gente tiver de ir para expandir o todo, criando nossa própria maneira de viver: somos mãe e filha.

Dez anos que sou sua mamãe — e é incrível como fica cada vez melhor. Porque você é daquelas pessoas lindas (e agora a mamãe parou um pouco pra chorar de emoção)... daquelas pessoas raras e lindas que escolhem ser melhores pra elas e pro mundo todos os dias. Somos infinitas.

Desejo de ser o que se é, e pertencer só a si mesma. Há uma década vejo você se reciclar sem jogar nada em ninguém, com esse jeito firme e delicado, com essa sua música infinita tocando pro planeta, abençoando tudo e todos com a sua arte e seu tom únicos. Três mil, seiscentos e sessenta e cinco dias em que a gente renasce, cresce e morre — todos os dias — por isso tão inteiras: somos intensas.

Descobrir o mundo com você é o que quero para os próximos dez anos. Não sem antes agradecer pelo seu abraço, pelo carinho e pela compreensão quando a mamãe errou, chorou, recomeçou, mudou, silenciou e teve que se refazer mais um tanto de vezes. Era você do meu lado, olhando pra mim com esses olhos de chocolate meio amargo e infinitamente doces, trazendo um sanduíche que você criou (com olhos vesgos de azeitona e cabelo de alface) naquelas horas em que não deu tempo de parar pra comer. Era esse detalhe absurdo — sentir que você existe — que faz tudo valer a pena. Somos aprendizes.

Desde antes e agora mais ainda, quero seguir conhecendo tudo o que é bom com você. Só que agora, dez anos depois, com muito mais sabedoria e elegância. Sinto que vamos dançar com o universo em estado de graça. Passou a fase de pisar no pé da vida por teimosia ou inflexibilidade. Aprendemos juntas a soltar o passo porque nossa alma nasceu livre. Somos bailarinas.

Dez da Lis. Você é criadora de alegria. Bolhas de amor se espalham com o vento mundo afora quando você acorda — ou quando chega da aula e vai pro banho cantar seu show único! Vamos comemorar você, filha… e tudo o que escolher ser, todos os dias.

Somos.


Com amor infinito e muita honra por toda essa jornada que está só começando, sua mamãe.

MAR
05/05/2025 – 8h45


 
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