quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Vamos escrever os livros dos nossos filhos?

Sempre tive essa vontade secreta: escrever. E de fato, na gravidez, escrevi um livro pra minha filha.

Primeiro rascunho que nasceu essa madrugada...
Eis que essa noite, escrevi o segundo e pensei: e se a gente pudesse fazer isso juntos? Mães, pais, avós, amigos, padrinhos, toda a família? Escrever os livros que nossos filhos vão ler, com histórias pessoais, do dia a dia da criança, da realidade dela...

Bom, é uma ideia embrionária que está hoje no laboratório da minha empresa. E enquanto prototipo o projeto na Formiga, resolvi compartilhar o meu primeiro livro colaborativo com vocês. E ver se mais gente topa, e ver se vocês gostam, e ver a cara da Lis enquanto mostro o livro pra ela no Ipad...

Já to achando que valeu a pena. ;)

Para continuar a história, envia sua participação por email. Pode enviar com ou sem a ilustração. A gente continua essa ideia juntos e, daqui a pouco, lanço o volume 2, com um pouquinho de história vinda de cada um de vocês. Como um presente pra Lis (e pros nossos filhos).


Vem comigo, gente?

Com amor,
Mamai

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Mãe sem culpa

Meses se passaram e o mundo espera o post que vai enfim vai trazer aquele desabafo sofrido sobre a dificuldade maior em ser mãe.

Bom, anotei aqui e a pior parte de ter filho é:

- dormir uma noite inteira...  Não.
- ter vida a dois de novo? Não.
- iniciar a alimentação do bebê? Não
- arrumar a casa, trabalhar, voltar a vida normal? Não!

Pasmada. Minha filha fez 6 meses e a maior dificuldade que encontrei até agora com o nascimento dela não tem porra nenhuma a ver com ela.

Doidas, desalmadas e atrevidas.
A merda maior é enfrentar o mundo revoltado que você é uma mãe sem medo, sem culpa e sem neura. E mais: que você não quer disputar filho, nem educação, nem crença. E pior ainda: que você não tem dó da sua filha e muito menos de você mesma. Que horror!

Uma mãe que coloca roupa de menino na menina.
Se você não se veste de branco com o cabelão comprido, não compra uma enorme mala rosa com o mundo do bebê la dentro, se você não demora 3 horas pra sair de casa com medo de esquecer alguma coisa, se você não chicoteia as costas a cada decisão que toma com relação ao seu filho ou quando não faz amizade imediata com qualquer mulher com criança no colo: PARA TUDO que você é uma mãe LARGADA.

Toxic Girl
Se você não reclama, não está surtada o tempo todo choramingando a nova vida, se volta a trabalhar normalmente porque ama trabalhar tanto quanto ama seu filho (e pode amar algo tanto quanto um filho? - a resposta num outro post), se opta por não se enfurnar 6 meses em casa desenhando uma rotininha pra criança que nem ela aguenta, se você acha que licença maternidade só existe porque empregos desrespeitosos existem, cuidado: você é uma EGOÍSTA.

Se você não vive com medo que seu bebê vai engasgar, morrer, sufocar, se você não faz escândalo quando bate um vento, quando ele acorda com uma febre, se não se descabela quando o neném chora demais e até xinga ele por isso, se ri quando erra em algum percurso diário ou quando o cachorro lambe a boca do seu filho e não se castiga porque ficou cansada e fugiu da criança que acordou 2 vezes de noite... Bom, o mundo vai te olhar feio. Muito feio!

Nossa, mãe! Como somos Stock Image...
Nossa sociedade criou um jeito de maternar que não pode existir sem ela: A CULPA. Mãe sem culpa não é mãe, não é boa mãe, não deveria nem ter tido um filho. E isso é tão absurdo que chega a doer. Ver mães desesperadas, adestradas, competitivas, entrando num universo materno digno de mestrado, anotando todas as cartilhas, todos os macetes, angustiada, sem dormir, sem viver, não pelo filho em si mas pra seguir certinho o que tem que ser feito pra provar que é boa mãe. Esse é o novo mundo que está criando novas pessoas. Um exército de mães perfeitas julgadoras das outras mães malucas.


E no meio da gincana toda, fica a criança, esperando uma mãe aparecer. Ainda que brava, cansada, vomitada, descabelada ou linda, arrumada, indo pro trabalho ou o que for... Um neném espera apenas a sua mãe porque é ela que ele quer ter por perto. Ou até o resto dela, que também já serve.

E ser inteira é a melhor parte de ser mãe. Justamente por isso que todo o resto também é uma delícia. E me desculpe os que torceram pra eu estar fudida: eu nunca fui tão EU quanto SOU agora.

Eu nunca estive tão feliz. 

Fodaz, mundo! Ass: mamai
 
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